O RETRATO DE MINHA FAMÍLIA
Será que ela seria representada pelo orfanato, onde vivem muitas pessoas abandonadas, chorando a ausência do amor, carinho, atenção e a presença insubstituível dos entes queridos? Ou quem sabe eu possa retratar a minha família como um asilo, onde as pessoas são jogadas, num ato expresso de total abandono, amargurando a dor da solidão, vivendo tão somente das recordações do passado? Talvez, o que possa colocar na tela seja a figura de um manicômio, posto que na minha família todos são loucos por tantas coisas, mas ninguém é louco pelo outro, demonstrando afeição, companheirismo e aceitação. Venho à mente retratar a minha família como um campo de guerra, onde só existem pessoas feridas e outras mortas, fruto de palavras, atitudes e reações impulsivas e outras premeditadas, numa clara demonstração de total desarmonia. Talvez eu chegue à conclusão de que o melhor quadro para retratar a minha família seja ao da sala de UTI, onde todos estejam em fase terminal, faltando apenas alguém que tenha a coragem de desligar às máquinas. Sinceramente me sinto bombardeado por tantas figuras, não sabendo exatamente como colocar na tela o quadro real da minha família, que sempre acreditei ser benção de Deus, mesmo em face de tantas situações difíceis. Estou paralisado, olhando para os instrumentos, sem saber o que fazer.
De repente, sou tomado por um sentimento que creio ter vindo do céu, e começo a me deleitar com a visão que o Senhor põe na minha mente e coração, dizendo como gostaria que fosse a minha família, e então passo a trabalhar de uma maneira feliz, já sentindo os efeitos desta nova realidade. O quadro começa a ser descrito e pintado, onde as cores do amor ganham uma nova forma, pois todos passam a se tratar de um modo amoroso, perdoa dor e compreensivo, sem haver competições, intrigas e falta de comunicação. O clima se torna amigável, havendo cooperação, toques significativos, mãos entrelaçadas e palavras de incentivo, sendo assim descortinado um futuro brilhante e vitorioso para todos. A sede e a fome que todos sentiam por falta de uma convivência harmoniosa foram supridas integralmente pela paz abundante jorrada de corações amorosos.
Neste belíssimo quadro que agora é a minha família, todos são respeitados e valorizados, não só por aquilo que fazem, mas muito mais pelo que são, visto ser eles cores vivas, insubstituíveis e imprescindíveis, cada um ocupando o espaço que é seu, sendo também um exímio pintor nas dadivosas mãos Daquele que é o autor, sustentador e abençoador da família, Deus. A Ele, glória, honra, louvores e majestade.
Do amigo e pastor, Doronézio Pedro de Andrade - http://www.pibguarapari.org.br/
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